Numa época em que o contato com superfícies tornou-se um risco para a saúde, a busca por formas de venda que exijam menos intervenções humanas e que reduzam a necessidade de manuseio por parte do consumidor torna-se ainda mais interessante. Já em alta por causa dos ganhos em conveniência, experiências com lojas inteligentes já vinham ganhando espaço globalmente. Resumidamente, a tecnologia pode funcionar como aliada para reduzir muito e, eventualmente, até eliminar os pontos de fricção no processo de compra.
Etiquetas e tags inteligentes, nesse contexto, são um ótimo caminho a explorar. Tecnologias como RFID (Radio Frequency IDentification, ou identificação por radiofrequência) e NFC (Near Field Communication ou comunicação por aproximação) abrem inúmeras possibilidades, e elas não se restringem à experiência de compra. No caso da aplicação de RFID, abre-se para a cadeia de valor uma série de vantagens na gestão logística, com ganhos de eficiência e redução de perdas.
Agente importante do desenvolvimento dessa tecnologia, a Avery Dennison reforçou seu compromisso com a maior difusão de soluções de radiofrequência no final de 2019, com a aquisição da Smartrac. Os avanços técnicos e os ganhos de escala vêm contribuindo para o barateamento dos tags, elemento importante para que as iniciativas com RFID se multipliquem não apenas nas operações de controle, rastreamento e segurança, onde hoje são usuais, passando a ganhar espaço também na criação de experiências de consumo sofisticadas. A expectativa é a de que o checkout sem contato, hoje em alta por receio de contaminações em meio à pandemia da COVID-19, reduza drasticamente os desgastes causados por filas e demoras excessivas na saída das lojas que hoje são pontos de fricção no processo de compra.
Também devem avançar as ações com outra tecnologia dominada pela Avery Dennison: o NFC (Near Field Communication), que permite que se transmitam para um dispositivo dados armazenados em um chip incorporado à etiqueta ou ao rótulo. Essa solução destina-se a garantir a autenticidade dos produtos (vem sendo utilizada, por exemplo, em kits de testagem para COVID-19 nos Estados Unidos), mas tem potencial para destravar criativas ações de marketing incorporadas às embalagens – sem, contudo, que haja a necessidade de contato físico do consumidor com elas.
A adoção de hábitos de higiene, focados na limpeza e na desinfecção não apenas das mãos, mas também de superfícies, que teve seu ápice nos primeiros meses da crise sanitária, acabou perdendo um pouco do ímpeto. Mas é natural que esse costume se mantenha mesmo depois da pandemia para uma parcela da população, indo além das já consagradas categorias de sabonete líquido e álcool em gel. Isso abre espaço para propostas de valor focadas nessa demanda, desde que levem em conta outro fator fundamental: a conveniência na aplicação. A preguiça e a falta de disciplina são barreiras que precisam ser vencidas para que essas ofertas sejam bem-sucedidas – e as embalagens são a chave para superar esses obstáculos. Aspectos como portabilidade e facilidade de uso são tão cruciais quanto a boa apresentação visual para estimular as pessoas a manter sempre à mão (literalmente) esses itens de assepsia.
Com a manutenção do trabalho em home office, muitas famílias continuarão a realizar tarefas domésticas, gerenciando seu tempo e conjugando essas atividades com suas demandas profissionais. Parte da classe média, em virtude da compressão da renda ou do afastamento preventivo, precisou abrir mão do apoio de trabalhadores que os auxiliavam com essas funções e, possivelmente, continuará a realizá-las sem o retorno desses funcionários. Abre-se, com isso, uma enorme janela para produtos de limpeza que tornem essas tarefas mais simples e rápidas para esse nicho nada desprezível de mercado. Se antes os produtos eram comprados para que outras pessoas os usassem, agora a comunicação deve ser direta com quem compra e usa. Design mais arrojado e esmero visual são ferramentas que podem ajudar nesse sentido. Sem deixar de lado, claro, as orientações sobre como melhor utilizar o produto, considerando que muitos consumidores ainda são inexperientes nestas tarefas.
As oportunidades para o mundo das embalagens, contudo, vão muito além do mercado de limpeza doméstica, no qual são bastante óbvias. Desde meados de março de 2020, quando a circulação de pessoas passou a ser mais restrita, muitas pessoas deixaram de frequentar bares e restaurantes – com efeitos devastadores para esse setor da economia. Aumentou, com isso, o consumo de bebidas dentro dos lares, com impactos também sobre o tipo de embalagem utilizada. De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, a venda online de bebidas teve alta de 195% entre março e outubro de 2020, na comparação com o ano anterior. Na lista das cinco bebidas mais compradas nesse período, estão cerveja, uísque, ice, vinho e outros destilados.
O tradicional chope de fim de expediente e as garrafas de 600 ml de cerveja foram trocados por ofertas em latas ou garrafas long neck. A quantidade consumida, em alguns casos, deu vez à busca por novidades, impulsionando marcas menores e experimentações em outras categorias.
Nesse cenário, a importância do apelo estético dos rótulos ganhou ainda mais força.
No caso dos alimentos, as mudanças de hábito refletiram-se em duas frentes. De um lado, aumentou a demanda por refeições prontas, com apoio da expansão dos aplicativos de entrega – muitas vezes, a prancha de salvação de negócios de alimentação. Nessa situação, selos de segurança passaram a ser fundamentais para dar tranquilidade e confiança a clientes preocupados com a higiene e a integridade dos alimentos pedidos durante o processo de transporte do estabelecimento até o consumidor.
De outro lado, cresceu o número de brasileiros e brasileiras que, no dia a dia, preparam suas próprias refeições, cenário que deve se manter com a continuidade do trabalho remoto. E, nesse contexto, é redundante exaltar a importância das boas embalagens para superar a concorrência nas prateleiras (físicas e digitais) do varejo.
Rótulos atraentes que destaquem, pela transparência, as características dos produtos, ou substratos que remetam à tradição, sugerindo cuidados quase artesanais na fabricação dos ingredientes são apenas dois exemplos.
Mas a criatividade dos designers sempre pode achar, na tecnologia, meios para alavancar as vendas.
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