O Brasil se consolida como um dos mercados mais relevantes da América Latina para o vinho. Com mais de 212 milhões de habitantes, o vinho é a terceira bebida alcoólica mais consumida no país, depois da cerveja e dos destilados, e sua cultura segue se expandindo de forma constante.
Um panorama do mercado brasileiro
No primeiro trimestre de 2025, o Brasil alcançou R$ 3,9 bilhões em vendas, com um crescimento de 7% em volume. O mercado total de vinhos, incluindo produção nacional e importações, chegou a 82,5 milhões de litros, com aumento de 2,4% em vinhos tranquilos e de 10% em espumantes. A projeção é de que a receita ultrapasse R$ 22 bilhões até o final de 2025. Por outro lado, as importações também ganharam força no período, crescendo 14% em volume e 15% em valor, favorecendo a chegada de vinhos estrangeiros.
O Brasil não apenas importa vinho, sua produção nacional também tem ganhado relevância, concentrada principalmente no sul do país. A região do Rio Grande do Sul, especialmente a Serra Gaúcha, abriga a maior parte dos vinhedos brasileiros, enquanto outras áreas como São Paulo e Bahia vêm se expandindo, diversificando a oferta e aproximando o consumo de novas latitudes. O mercado se sofisticou e ampliou sua variedade, com destaque para o crescimento dos espumantes e dos vinhos brancos, que se consolidam como tendências de consumo importantes.
Tendências e oportunidades
Vinhos brancos em alta: os consumidores brasileiros buscam diversidade varietal além do Chardonnay e Sauvignon Blanc. Uvas como Albariño, Riesling, Viognier e, no caso da Argentina, Torrontés e Semillón, estão ganhando espaço, refletindo o interesse por experiências sensoriais mais complexas.
Vinhos espumantes: a categoria cresceu 65% no consumo total frente a 35% dos espumantes importados, mostrando como a produção local conquistou terreno em relação às importações.
Vinhos sem álcool: a demanda por opções mais saudáveis e sem álcool segue em ascensão, com consumidores interessados em manter a complexidade e as características sensoriais do vinho tradicional.
Diversificação geográfica: embora o Sul ainda concentre a maior parte do consumo, estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Goiás apresentam oportunidades para estratégias regionais, apoiadas por hubs logísticos que facilitam a distribuição.
Crescimento da Argentina no Brasil: as vinícolas argentinas têm conseguido se estabelecer com sucesso graças a estratégias diretas com importadores e participação constante em feiras, alcançando crescimento de 14% em volume e 22% em valor no primeiro trimestre de 2025.
Argentina e Brasil: um mercado compartilhado e complementar
Enquanto o vinho argentino continua consolidando sua presença, a produção brasileira também se fortalece. Vinícolas locais vêm aumentando a qualidade de seus espumantes e vinhos, diversificando a oferta e aproveitando o crescimento do enoturismo em regiões como a Serra Gaúcha. Nesse cenário, o mercado brasileiro se apresenta como um espaço estratégico e cheio de oportunidades, tanto para produtores locais quanto para exportadores estrangeiros.
A combinação de consumidores cada vez mais exigentes, expansão do canal online, crescimento geográfico da produção e tendência à premiunização dos produtos oferecem um cenário único para consolidar a cultura do vinho e diversificar a oferta em toda a região.
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Fontes
Wines of Argentina (WofA), “Brasil consolida seu mercado de vinhos e alcança R$ 4 bilhões em vendas no primeiro trimestre de 2025”, 2025.
Infocampo, “O mercado de vinhos se consolida no Brasil e apresenta uma oportunidade única para a Argentina”, 2025.
VinEsence, “O mercado do vinho no Brasil”, consultado em 2025.
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