O liner, muitas vezes conhecido como “protetor” do rótulo ou etiqueta, apesar de muitas vezes não ser visto pelo consumidor final, é uma parte essencial da construção autoadesiva. Geralmente consiste numa fina camada de silicone aplicada num substrato de filme ou papel. Representa a parte do autoadesivo que é descartada durante o processo de rotulagem, “destacando-se” do frontal e permitindo que a aplicação aconteça na embalagem ou substrato, que pode ser de forma manual ou automática. As características do liner selecionado para determinada construção são de extrema importância para garantir a fluidez do processo de maneira otimizada e bem sucedida.
Quais são as funções principais de um liner?
Os liners são vitais para o desempenho de um produto e têm influência direta no processo de conversão, impressão e aplicação final (rotulagem). Abaixo, mencionaremos as principais funções desta camada do autoadesivo:
- Base para aplicação do silicone: o liner é a camada que estará em contato direto com o silicone. Portanto, na primeira etapa de produção do autoadesivo, essas duas camadas se encontram e desempenharão funções importantes ao longo da cadeia produtiva.
- Cobrir o adesivo:, o liner junto com o silicone, são responsáveis por cobrir a camada de adesivo e manter suas características de adesão. Essa funcionalidade do liner permite o embobinamento dos rolos, uma vez que impossibilita que o adesivo interaja com as demais camadas do rótulo.
- Proteção: por ser a última camada do autoadesivo e estar em contato com o adesivo, o liner apresenta um papel muito importante na proteção do produto contra à oxidação e contaminantes externos.
- Base para o meio-corte: o meio-corte (ou die-cut, em inglês) faz parte da etapa de conversão do produto, ou seja, no corte do rótulo ou etiqueta no tamanho, formato e geometria solicitados pelos clientes. O liner é considerado a base do meio-corte, pois, para possibilitar o processo de rotulagem posterior, apenas o frontal e o adesivo são cortados. Suas características, assim como as do silicone, são mantidas intactas.
- Estrutura o produto autoadesivo: geralmente, o liner possui maior gramatura ou maior espessura que os demais componentes do produto autoadesivo. Por isso, eles trazem mais robustez e resistência ao conjunto.
- Alta influência no processo de rotulagem: o liner é primordial para o processo de dispensamento ou rotulagem. Isso acontece porque, dependendo do seu material, é possível rotular em diferentes velocidades de dispensamento, fato que pode ser crucial em uma aplicação.
Tipos de liner e qual escolher para cada aplicação
Dentre os liners mais comuns, podemos mencionar:
- Papel Kraft;
- Papel Glassine;
- Filme de Poliéster (PET).
A escolha do liner se dá em função da velocidade final da rotulagem, o que impacta diretamente na resistência à tração, além de fatores como umidade e estabilidade dimensional.
O liner PET permite uma maior velocidade de dispensamento ou rotulagem, seguido do liner glassine e kraft. Vale destacar que a velocidade também depende do restante da estrutura do rótulo ou etiqueta, tamanho e formato do frasco, qualidade do meio corte, equipamento de rotulagem, entre outros fatores.
Outro quesito para a escolha é baseada na apresentação final do rótulo. Como exemplo, para aplicações nas quais são requeridas um efeito de grande transparência, são necessárias construções feitas com liner PET. Este, somado à combinação de frontal transparente e adesivo acrílico, fornece o efeito “No Label Look”.
Em algumas situações, devido às altas gramaturas de adesivo, é necessária a aplicação de silicone em ambas as faces do liner (interna e externa) a fim de bloquear o efeito inerente de fluidez do adesivo, facilitando seu uso final. Eles são conhecidos por BSS – Bisiliconized Liner.
O que fazer com o liner ao final do processo de rotulagem?
Como o liner é encarado como a camada do produto autoadesivo descartada no processo de rotulagem, muitas vezes é destinado para um aterro sanitário ou mesmo incinerado, contribuindo para um alto volume de resíduos gerados no meio ambiente.
Anualmente, são descartados aproximadamente 1 milhão de toneladas de material autoadesivo no mercado global.
A reciclagem do liner é uma opção, porém ainda é um grande desafio para a indústria atual. Ele é descartado durante o processo de aplicação de forma siliconizada, o que pode atrapalhar o processo de reciclagem convencional para este componente. Porém, a Avery Dennison, em parceria com grandes empresas no mercado sustentável , apresentou ao mercado o Programa Circular. Este projeto consiste na logística reversa do liner descartado nos convertedores e nos Brand-Owners. Após esta coleta, eles são tratados com o objetivo de regressar à cadeia produtiva como produtos reciclados.
Os recicladores parceiros conseguem transformar o liner siliconizado do tipo papel em papéis toalhas e papéis higiênicos, fornecendo produtos de alta qualidade de forma sustentável e acessível. O liner PET também possui um destino mais nobre: são extrusados e usados no processo de canos de PVC e chapatex, utilizados como suporte de pallets industriais. Na planta nacional da Avery Dennison, localizada em Vinhedo, os chapatex usados na produção e os produtos de higiene usados pelos funcionários são provindos do próprio liner.
Ainda tem dúvidas?
A Avery Dennison possui uma equipe focada no atendimento a Brand-Owners, oferecendo informações, treinamentos técnicos e soluções que podem auxiliar na escolha de um material ideal à sua aplicação e processo. Se precisar, estamos à disposição, nossa equipe está pronta para oferecer uma assessoria sem compromisso!