Os termos “compostáveis” e “biodegradáveis” são muitas vezes confundidos ou mesmo são tidos como sinônimos, mas, na verdade, possuem significados bem diferentes. A palavra “compostável”, em sua maioria, não é bem entendida, já que muitos consumidores pensam que embalagens compostáveis podem ser descartadas livremente, associando o termo com compostos utilizados para plantas. De fato, assim como outros materiais, precisam ser separados para descarte e tratamento próprios.
Este texto irá tratar da diferença entre embalagens compostáveis e biodegradáveis, além de considerações importantes e suas implicações para o futuro.
O avanço das embalagens sustentáveis
A Fundação Ellen MacArthur Foundation e a ONU Environment lançaram a Global Commitment em outubro de 2018. Jan ‘t Hart (diretor de inovação, sustentabilidade e compliance, Avery Dennison) defende que a compostabilidade é uma das maneiras de se combater o problema do plástico como resíduo e poluição: empresas, governos, ONGs, universidades e outras organizações pelo mundo estão comprometidas com metas ambiciosas para 2025. As estratégias, em sua maioria, buscam a redução do uso de plástico desnecessário, uso de embalagens compostáveis, reutilizáveis ou recicláveis, mantendo os produtos numa economia circular.
Materiais feitos a partir de base biológica e plásticos biodegradáveis também estão crescendo em popularidade, como ressaltado em 2019 pela European Bioplastics, que estima que a produção de plásticos biodegradáveis irá crescer mais de 2,43 milhões de toneladas em 2024 (representando aproximadamente 1% da produção total de plásticos), possibilitando a redução no acúmulo nos aterros sanitários. A pressão dos consumidores por materiais mais sustentáveis irá continuar e o foco da Avery Dennison é desenvolver materiais que não apenas atendam às metas de sustentabilidade, mas que também tenham boa conversão e que ofereçam paridade de performance nas aplicações.
Novas metas de reciclagem e aterro impulsionam o reuso de resíduos de materiais de alto valor e o design de materiais compostáveis, que voltam para natureza de forma segura.
Quando plástico é a escolha certa
As informações levadas aos consumidores, em sua maioria, colocam o plástico como um aspecto negativo, o que não representa a história completa. De fato, ainda existem boas razões para o uso de plástico em diversas aplicações, como em embalagens compostáveis.
O desafio é remover o plástico onde isso é possível e são usados de forma desnecessária, mas certamente em algumas situações não podem ser removidos ou substituídos. A ideia é garantir que o plástico restante seja reciclado ou compostável.
Compostável X Biodegradável
| Compostável | Biodegradável |
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Embalagens compostáveis retornam para o planeta de forma segura e irão desaparecer na forma de compostos, podendo contribuir com a adubação de solos. Alguns materiais podem ser destinados à compostagem doméstica, mas geralmente o destino mais adequado é a compostagem industrial, a que são submetidos à condições específicas de calor e umidade. Tais materiais podem ser produzidos com base biológica ou fóssil, mas, para ser considerado compostável, devem passar por testes rigorosos em laboratórios (especializados e certificados) de desintegração, biodegradação e não toxicidade, como descrita pelo padrão europeu EN 13432:2000. |
Embalagens biodegradáveis se desintegram num curto período de tempo (um ano ou menos) após o descarte pelo consumidor (sem necessariamente ter um tratamento especial). Em aterros sanitários, isso auxilia na redução do volume das pilhas de lixo. Para evitar a famosa “lavagem verde” ou do termo em inglês “greenwashing” é recomendável sempre declarar em qual ambiente o material se biodegrada e qual o período de tempo. Não há uma certificação padrão para biodegradáveis. |
Dentre os rótulos e etiquetas da Avery Dennison certificados como compostáveis incluem produtos feitos a partir de amido ou de base celulose, como é o caso do PLA e o Natureflex. Alguns de nossos papéis são compostáveis e certificados.
Plásticos convencionais não são compostáveis ou biodegradáveis e permanecem no planeta como um resíduo por décadas, muitas vezes na forma de micro plásticos.
É necessária atenção especial para não confundir embalagens compostáveis ou biodegradáveis com aqueles que apenas se desintegram num período de tempo menor, podendo ser tão, ou mais perigosos, comparados aos plásticos convencionais.
| Plásticos Oxo-degradáveis | Plásticos Bio-Based (Base Biológica) |
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Materiais descritos como plásticos oxo-degradáveis são nada mais que plásticos convencionais (em geral polietileno), que possuem aditivos em sua formulação. Tais aditivos simulam a biodegradação, já que facilitam a quebra do material em pequenas partículas (micro plásticos) que permanecem na natureza e não atendem padrões de compostabilidade. Sua presença inclusive pode contaminar a cadeia de resíduos plásticos convencionais, causando problemas em processos de reciclagem. Em 2017, a Fundação Ellen MacArthur reivindicou sua proibição, apoiada por grandes marcas, como Spencer, PepsiCo, Unilever, Veolia, Federação Britânica de Plásticos, Gulf Petrochemicals, Packaging South Africa, WWF e Plymouth Marine Laboratory. |
Diferente dos plásticos convencionais, feitos a partir de fontes não renováveis e recursos fósseis finitos, os bioplásticos são feitos de fontes renováveis, como amido de milho, cana-de-açúcar, celulose, óleos ou subprodutos. Um plástico como polietileno pode ser tanto convencional, como feito a partir de base biológica, e nem todos os bioplásticos são também embalagens compostáveis ou biodegradáveis. |
Resumindo, embalagens compostáveis liberam nutrientes para o solo em condições especiais de umidade e calor, já materiais biodegradáveis se desintegram em condições naturais, ambos voltando para a natureza.
Para ser considerada compostável, a embalagem deve gerar um composto fértil para o solo, decompondo-se num mesmo período de tempo que os resíduos de produtos nela contidos. Um bom exemplo para ilustrar é a sacola de mercados para frutas e verduras – a sacola deve se decompor juntamente com os resíduos de alimentos em seu interior. De acordo com Luuk Zonneveld (gerente de produto da Avery Dennison Europa), o segmento de embalagens alimentícias, principalmente para produtos frescos, é o mais interessante para materiais compostáveis e biodegradáveis, já que permite que toda a estrutura possa ter o mesmo destino, incluindo o produto que venha a permanecer dentro da embalagem.
Como ter certeza que é um material compostável?
O padrão europeu EN 13432:2000, introduzido nos anos 2000, tem foco na compostagem e digestão aeróbica, incluindo uma gama de critérios, como a desintegração dentro de 12 semanas e conversão microbiológica, podendo ser afetada pela presença de metais pesados ou mesmo dependendo do pH. Os materiais devem passar por testes rigorosos em laboratórios especializados, passando em todos os critérios para ser considerado compostável.
Alguns padrões similares incluem:
- American Society for Testing and Materials ASTM-6400-99;
- International Standards Organization ISO14855;
- German Institute for Standardization DIN V490004;
- Australian Standard AS 5810-2010 (Compostagem doméstica).
Compostagem industrial X Compostagem doméstica
Na compostagem industrial, as condições aeróbicas são cuidadosamente controladas para evitar a produção de metano, um importante gás do efeito estufa.
Os padrões oficiais especificam critérios para degradação, desintegração e eco-toxicidade para os plásticos de compostagem industrial.
*A degradação é determinada pela medição da quantidade de CO2 produzido durante um certo período de tempo. Resinas feitas a partir de um único polímero devem ter 60% de conversão do carbono em dióxido de carbono em 180 dias e 90% de conversão para co-polímeros ou polímeros mistos.
*A desintegração é medida pelo peneiramento do material para determinar o tamanho biodegradado e menos de 10% deve permanecer superior a 2mm dentro de 90 dias.
*A Eco-toxicidade também é mensurada, uma vez que metais pesados também não podem ter concentrações acima dos limites padrões.
*A qualidade do composto também é avaliada, analisando o crescimento pela mistura do composto com o solo em diferentes concentrações e comparado à um controle.
Embora grande parte das embalagens compostáveis serem desenhados para compostagem industrial, existem aqueles que atendem à uma compostagem doméstica. De acordo com Jan ‘t Hart (diretor de inovação, sustentabilidade e compliance, Avery Dennison), tais materiais se desintegram mais rapidamente em compostagem industrial, mas também é aplicável para compostagem doméstica, podendo ocorrer em qualquer quintal e não requer uma infraestrutura para coleta seletiva. Até o momento, o único padrão oficial para compostagem doméstica é o Australian Standard AS 5810-2010, embora outras devam surgir em breve. Testes de temperatura e duração da compostagem são as principais diferenças entre os critérios dos processos domésticos e industriais.
Logos para identificação dos consumidores
Órgãos certificadores têm desenvolvido logos para auxiliar os consumidores a reconhecerem as embalagens compostáveis e como podem ser descartadas.
Uma vez que a embalagem está de acordo com os padrões e é certificada, o logo pode ser inserido na embalagem e, devidamente acompanhado de explicações, pode contribuir tanto para educação dos consumidores como para promoção da marca.
As certificações têm duração de três anos e devem ser renovadas.
Para uma embalagem ser compostável, todos os componentes do produto final devem ser testados, incluindo pigmentos, materiais intermediários e tintas para impressão. Alguns certificadores, como Din Certco and TUV Austria oferecem uma lista de materiais e aditivos para auxiliar no desenvolvimento de embalagens compostáveis.
A Avery Dennison possui um portfólio de produtos certificados e oferece o suporte técnico adequado para a escolha correta do rótulo autoadesivo compostável.
Produtos
A Avery Dennison possui materiais autoadesivos com certificação para toda sua estrutura, de acordo com os padrões EN13432.
| Spec | Descrição |
| FAM581 | Fasson NatureFlex White/S9500/BG40WH |
| FAO293 | Fasson NatureFlex Clear/S9500/BG40WH |
| FAV816 | Fasson PLA Clear/S9500/BG40WH |
| FAM424 | Transfer Vellum/S9500/BG40WH |
Ainda tem dúvidas?
A Avery Dennison possui uma equipe focada no atendimento a Brand-Owners, oferecendo informações, treinamentos técnicos e soluções que podem auxiliar na escolha de um material ideal à sua aplicação e processo. Se precisar, estamos à disposição, nossa equipe está pronta para oferecer uma assessoria sem compromisso.
